02 fevereiro 2008

Para não fazer feio, musas apelam ao 'personal samba'

A miss Brasil, Natália Guimarães, treina para não dar vexame no sambódromo

Especialistas como Carlinhos de Jesus e Carla Campos ensinam estrelas a dançar no sambódromo

Wilton Junior/AE

A miss Brasil, Natália Guimarães, treina para não dar vexame no sambódromo

SÃO PAULO - Fama e beleza - e não exatamente o talento para o samba - fazem com que muitas beldades sejam convidadas a desfilar no carnaval. Um bom exemplo é o da miss Brasil, a mineira Natália Guimarães, de 22 anos, que, embora só tenha assistido aos desfiles de carnaval pela televisão, na segunda-feira, 4, sairá como madrinha de bateria pela Vila Isabel, no Rio de Janeiro. E para não fazer feio, Natália recorreu a um dos profissionais mais requisitados da temporada pré-canavalesca, o "personal samba".

"Estou treinando há dois meses. Quando minha agenda permite, tenho aula até três vezes por semana e pratico muito em casa diante do espelho", diz Natália. A miss aprendeu o básico com as passistas da escola, mas precisava ir além e conquistar o que os profissionais chamam de samba-espetáculo. Foi nessa etapa que procurou Carla Campos, personal de várias rainhas do grupo Especial do Rio, como a veterana Luiza Brunet, que desfila pela Imperatriz Leopoldinense, e Gracyanne Barbosa, pela Mangueira.

Quando alcançou boa performance, Natália procurou Carlinhos de Jesus, um especialista em transformar famosos em verdadeiros dançarinos e que este ano desenvolve a coreografia da comissão de frente da Mangueira. "Ele pediu que mostrasse o que eu sabia. Fiquei muito nervosa. Mas foi aí que ganhei a dica mais importante. Ele disse que eu precisava perder a timidez. Quando me soltei, Carlinhos ficou impressionado."

"Uma passista precisa ter postura, olhar sempre na altura do horizonte e tentar interagir com o público. Tudo isso, com muito samba no pé, ginga no quadril, graça e sorriso no rosto", diz ele, como se juntar todos esses movimentos fosse a coisa mais fácil e natural do mundo. "Tive ainda que ganhar resistência física para agüentar o pique do sambódromo", diz Natália, que tem subido pelas escadas os 24 andares que levam ao quarto do hotel onde está hospedada no Rio. Um "personal samba" cobra em média R$ 250 a hora. Numa academia de dança, a aula de samba no pé sai R$ 90.

ANÔNIMOS DO SAMBA

Não são apenas famosos que procuram pelo "personal samba". Dono de dez academias de dança espalhadas pelas principais capitais, Jaime Arôxa costuma dar aulas em hotéis para gringos. "Minhas escolas ficam lotadas nesta época", diz ele. Enquanto Arôxa prepara a comissão de frente da Caprichosos de Pilares, no Rio, um dos professores da sua equipe, Marco Jamayka, divide-se entre um bloco do Império da Camisa Verde e as aulas na academia de Santana, bairro da zona norte de São Paulo. "No início os alunos parecem robozinhos", diz Jamayka. "Mas quando se soltam e sentem a música, começam a sambar de fato."

http://www.estadao.com.br/

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