Os organizadores do concurso Miss Brasil vão recorrer da decisão judicial que determinou o pagamento de indenização de R$ 100 mil à ex-miss Taíza Thomsen por danos morais e materiais. Ela ganhou o título dez meses após o concurso e seu advogado, Flávio Fernando Tavares, alega que a modelo não levou os prêmios referentes ao primeiro lugar.
Taíza ganhou as páginas dos jornais no mês passado, depois que seus pais registraram seu desaparecimento na Polícia Federal de Joinville (SC). Semanas depois, a modelo catarinense entrou em contato com o delegado que investigava o caso e afirmou que está morando em Londres e não quer contato com a família.
A ex-miss herdou o título em 2002, quando a primeira colocada, a ex-BBB Josiane Carvalho, declarou que era casada. Isso contraria as regras da competição.
O advogado Henrique da Costa Pereira, que defende os organizadores do Miss Brasil, afirma que todas as medidas foram tomadas para garantir que as candidatas cumpriam as normas. "Nós pedimos passaporte, CPF, RG e certidão de nascimento. A Josiane apresentou todos os documentos e assinou nosso contrato com o nome de solteira. Não tinha como sabermos que ela era casada", afirma.
Tavares, que defende Taíza, pretende pedir uma indenização ainda maior à Justiça. Ele diz que sua cliente sofreu ameaças na Nigéria, onde representou o país em um concurso de beleza. "Houve uma manifestação que resultou na morte de 200 pessoas. Ela teve de ficar trancada em um alojamento com proteção de homens armados", conta.
Pereira contesta. "Foi um problema imprevisível e incontrolável. Além disso, esse concurso estava fora da alçada do Miss Brasil."
Sem contato
A briga na Justiça continua. Ao mesmo tempo, Tavares tenta localizar Taíza para falar sobre a continuidade do processo. "Ainda não falei com ela e os pais também estão preocupados. Eles fazem contato com Taíza por meio de terceiros", afirma.
De acordo com ele, a ex-miss deve receber o dinheiro. Os pais só podem ser declarados seus herdeiros se for comprovado que ela está desaparecida.
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